Eu seu novo trabalho, já na segunda edição na Europa, onde foi lançado pelo selo Far Out Recordings em abril de 2012,  o saxofonista apresenta no Rio de Janeiro, pela primeira vez, as composições inéditas que criou com o parceiro de longa data – o pianista e arranjador David Feldman –  para VIP VOP. Ao seu lado, no palco do Teatro Municipal de Niterói, no próximo dia 01 de setembro às 21h, os músicos Serginho Trombone (Trombone), Eduardo Farias (Piano), Renato Massa (Bateria) e Alberto Continentino (Baixo) – interpretando, entre outras músicas, Sinal Vermelho, Nêgo tá Sabendo, Vip Vop, Luz Azul, Numa Boa e Reza (Edu Lobo e Ruy Guerra).

“Quando eu penso em saxofone brasileiro, penso em Leo Gandelman. Ao longo da carreira, este amigo, músico, arranjador, compositor e produtor posicionou sua parabólica na direção de inúmeras vertentes e elementos do jazz, mas nunca abriu mão de nossas raízes culturais e artísticas, construindo nota por nota, escala por escala, disco por disco, um vocabulário pátrio para seu instrumento e sua música. Sua marca é sua assinatura sonora, quem acompanha sabe.

O projeto Vip Vop chega em um momento bastante oportuno. A bossa nova e o samba jazz, gêneros fundamentais na formação de Leo, desfrutam de um momento mais favorável do que anos atrás, época em que, para nosso espanto, mostravam-se abandonados. A pesquisa do cancioneiro bossanovista e o relançamento de álbuns dos acervos das gravadoras são ações essenciais, e constituem um braço fundamental na preservação da identidade-memória da música brasileira. Porém, temos que fazer mais, muito mais! A bossa nova e o samba jazz precisam ser gravados, dando origem a novos discos e shows, onde as composições inéditas ganharão corpo, espaço e público. A bossa nova e o samba jazz precisam ser tocados ao vivo por aí, nos palcos da vida. Precisam de respeito e, acima de tudo, de cuidado. E é nessa hora, que Vip Vop ganha importância. O trabalho de Leo Gandelman e seu grupo retoma as diretrizes da obra de nossos grandes mestres que ali, no fim dos anos 50 e início dos anos 60, contribuíram, decisivamente, para que nossa música deixasse de ser apenas regional para se tornar universal. É por isto que, quando ouvimos e assistimos Vip Vop, ouvimos e assistimos também a arte de Tom Jobim, João Gilberto, Moacir Santos, Luiz Eça, Roberto Menescal, J.T. Meirelles, Victor Assis Brasil, Edison Machado, Milton Banana, Johny Alf, João Donato, Paulo Moura e muitos outros. Sem eles nós não estaríamos aqui, não é? Vip Vop é sobre isto: celebrar o que a música brasileira tem de melhor.

Em frente, Leo! Charles Gavin

“Em fins dos anos 50, até meados dos 60, o Rio produziu a melhor música popular do mundo. Leo Gandelman traz agora sua visão pessoal desta cultura que nunca deveria ter sido perdida – e que só continuou a existir na discoteca [e na memória] dos que sabiam valorizá-la.” Ruy Castro.

Um dos mais celebrados instrumentistas do Brasil, o saxofonista Leo Gandelman alcançou um patamar inteiramente único no Brasil – e raro até mesmo mundo afora: é adorado pelo grande público, jovem e pop, e também pelos fãs de MPB; da mesma forma, associou seu nome a excelência e ao virtuosismo da música de concerto, em performances como solista de orquestras consagradas e em recitais de câmara.

Na verdade, Leo Gandelman ultrapassa as fronteiras entre clássico e popular a bordo da qualidade de seu saxofone, conferindo um grau avançado de apelo e emoção pop às peças de concerto e, por outro lado, exercitando o talento na interpretação, na pureza e na precisão do som na  música popular e instrumental. Ele desenvolveu uma carreira notável no Brasil e no exterior, com direito a seis temporadas de casa cheia no Blue Note de Nova Iorque, além de excursões pela Europa e Rússia.

No repertório: Sinal Vermelho, Nêgo tá sabendo, Vip Vop, Luz Azul, Lançamento, Numa Boa, Neshama (Para o meu Pai), Camisa 7, Reza, Alma Cubana.